É preciso contratar 3,5 mil PMs e mil policiais civis para o Piauí”, afirma Wellington Dias
candidato do PT ao Governo do Estado, Wellington Dias, prometeu, se eleito, construir o Hospital Materno-Infantil em Teresina para resolver os problemas de internação de mulheres grávidas e nos partos realizados na cidade.
Wellington prometeu ainda a realização de concurso público para a contratação de mais 3,5 mil policiais militares e mil policiais civis para combater a criminalidade e reduzir a violência no Piauí.
“A morte violenta de jovens, a partir dos 13 e até os 29 anos de idade, é um problema grave que se abate sobre todo o país. Dá-se por homicídios e muito mais por acidentes. Não é diferente a situação no Piauí. Nos homicídios de jovens, a causa principal é o tráfico e consumo de drogas.
Então, o enfrentamento e a prevenção devem ser as mais elementares, recorrentes e permanentes medidas para conter a morte epidêmica de jovens em razão de violência alimentada pelo tráfico.
Mas é preciso também aumentar e melhorar a ação policial, de um lado com a admissão de mais policiais civis e militares, cerca de 3,5 mil policiais militares e mil policiais civis ao longo dos próximos quatro anos, de outro tornar a polícia mais eficiente, com mais inteligência policial para investigar e prevenir crimes”, declarou Wellington Dias, em entrevista exclusiva ao Jornal Meio Norte.
Jornal Meio Norte – Senador, após ter sido governador duas vezes o senhor poderia explicar a razão de um terceiro mandato?
Wellington Dias - Sim, fui governador do Piauí duas vezes e duas vezes escolhido em primeiro turno. As pessoas escolheram meu nome por duas vezes porque elas acreditam não somente na minha pessoa, mas em um projeto de Estado que tive o privilégio e a honra de liderar. Faço parte de uma geração de pessoas que acredita ser possível fazer política para mudar para melhor a vida das pessoas, não com sonho, mas com boas ideias e muito trabalho.
Então, mais uma vez, as pessoas querem que esse projeto de se fazer mais e melhor pelo Piauí seja posto em prática, que prossiga. Entendo, assim, que um novo mandato de governador é a retomada de um modo mais democrático e eficiente de se administrar para gerar desenvolvimento social e econômico para todos.
JMN – Qual a sua meta na redução da mortalidade materna e infantil?
WD - Em 2013, segundo o IBGE, a mortalidade infantil no Piauí era de 21,8 para cada grupo de mil crianças nascidas vivas. Menor taxa do Nordeste, resultado de um trabalho de prevenção tanto do Governo Federal quanto dos Governos Estadual e Municipais. Porém, esse ainda é um número elevado em termos globais e desfavorece o Estado na medição do Índice de Desenvolvimento Humano. Para 2015, o Brasil tem como meta uma mortalidade infantil de 17,9 por mil nascidos vivos. Nossa meta é chegar, então, a 2018, com a menor mortalidade infantil do Nordeste, com 15 por mil nascidos vivos. Mas vamos trabalhar para que esta meta seja superada bem antes.
JMN – Com o crescimento da frota de carros e motocicletas aumentaram de forma expressiva as mortes no trânsito. O senhor tem algum plano para reduzir de forma significativa as mortes no trânsito?
WD - Temos todos os anos um enorme contingente de pessoas mortas e sequelados graves por acidentes de veículos, principalmente de motos. Isso no Brasil e também no Piauí. O Brasil e o mundo aceitaram um desafio proposto pela ONU para reduzir pela metade as mortes e feridos graves por acidentes de trânsito até 2021, estabelecendo o Pacto Nacional pela Redução de Acidentes, coordenado pelo Ministério das Cidades.
Então, já temos uma política nacional que dá conta dessa ação. No âmbito do Estado, teremos que agir com ações preventivas com uma cultura de paz no trânsito, fiscalização rigorosa e permanente para coibir o uso do álcool por condutores de veículos, com base, aliás, em uma experiência muito bem-sucedida feita pelo ex-prefeito Elmano Férrer, nosso candidato a senador, que em sua administração, com parceria com o Detran, fazia a Operação Salva-Vidas, em Teresina, que consistia exatamente em tirar das ruas quem estivesse dirigindo sob efeito de álcool. Isso reduzia em até um terço o número de acidentes e feridos graves em acidentes de trânsito na capital. Vamos retomar ações desse tipo em Teresina e no interior do Estado.
JMN – Em uma década os homicídios no Piauí aumentaram 57%, em especial entre os jovens, em Teresina e no interior do Piauí. O que o senhor vai fazer para reduzir o aumento de homicídios no Estado?
WD - A morte violenta de jovens, a partir dos 13 e até os 29 anos de idade, é um problema grave que se abate sobre todo o país. Dá-se por homicídios e muito mais por acidentes. Não é diferente a situação no Piauí. Nos homicídios de jovens, a causa principal é o tráfico e consumo de drogas. Então, o enfrentamento e a prevenção devem ser as mais elementares, recorrentes e permanentes medidas para conter a morte epidêmica de jovens em razão de violência alimentada pelo tráfico.
Mas é preciso também aumentar e melhorar a ação policial, de um lado com a admissão de mais policiais civis e militares, cerca de 3,5 mil policiais militares e mil policiais civis ao longo dos próximos quatro anos, de outro tornar a polícia mais eficiente, com mais inteligência policial para investigar e prevenir crimes, através de maior vigilância eletrônica, uso de tecnologia da informação e outras tecnologias de investigação que resultam em elucidação mais rápida de crimes e na prevenção de atos criminosos.
Precisamos também integrar todas as instituições de segurança, inclusive em parceria com a Polícia Federal. Queremos que o Piauí volte a ser o Estado menos violento do Brasil, que deixamos em 2010, e com índices ainda menores que aqueles.
JMN – Qual sua opinião sobre as drogas?
WD - Eu sou pai e como tal tenho horror às drogas. Todos nós sabemos os efeitos devastadores que a droga exerce sobre a pessoa, principalmente o jovem. A droga é uma coisa que rouba os sonhos das pessoas e não apenas de quem se envolve com ela, mas das pessoas que rodeiam um dependente. Adoece o dependente, adoece a família do dependente. É algo que devemos temer, sim.
Mas é também uma coisa que a gente deve ter a coragem de enfrentar para vencer. Nossa proposta contempla quatro áreas: prevenção, enfrentamento, tratamento da dependência química e a inserção das pessoas na sociedade por meio da educação, do trabalho, dos esportes, da fé, da cultura e da família para que nunca mais retornem às drogas.
JMN – Em sua opinião, alguma ou algumas drogas devem ter o consumo liberado e descriminalizado?
WD - Legalizar o uso de drogas não me parece ser um caminho para lidar com o crescente consumo de substâncias entorpecentes proibidas. Não existe qualquer estudo que indique claramente que esta seria uma boa solução. Ainda não há, por exemplo, um resultado negativo ou positivo acerca da experiência uruguaia de liberação da maconha, que também está sendo comercializada legalmente em muitos Estados norte-americanos. Muitos dizem que a liberalização ou legalização poderia inibir o tráfico, mas não há qualquer evidência de que isso seja verdade. E por mais que haja uma oferta controlada de uma droga legalizada, sempre haverá um traficante disposto a oferecer uma droga a preço menor, ilegalmente vendida. Portanto, para mim é uma ilusão pensar que legalização da droga possa ser eficiente contra o narcotráfico.
JMN – O Piauí ainda tem muitas comunidades sem energia elétrica e abastecimento de água potável. O que o senhor pretende fazer para universalizar a energia elétrica e o abastecimento de água?
WD - Primeiro, não temos mais muitas comunidades sem energia elétrica. O Programa Luz para Todos, iniciado no Governo do presidente Lula, investiu no Piauí cerca de R$ 1 bilhão. Até o ano passado, tinham sido beneficiadas mais de 118 mil famílias com energia. É uma obra gigantesca, pulverizada por todo o Piauí, e que resulta em dados impressionantes, como os 59 mil quilômetros de linhas de distribuição de energia em áreas rurais e na instalação de 398 mil postes e 31 mil transformadores.
Então, repito, não temos mais muitas comunidades para serem atendidas por energia e elas devem ser beneficiada ainda este ano, porque o Programa Luz para Todos prossegue. Em alguns casos, onde houver maior dificuldades para fazer redes de energia, meu programa de Governo prevê a instalação de sistemas isolados com o uso de energia solar ou eólica. Ora, se já temos o atendimento da imensa maioria dos piauienses com a energia levada até suas casas pelo Luz para Todos, temos agora é um novo desafio, qual seja, o de aumentar o suporte elétrico, ampliando a oferta e qualidade da energia.
Neste sentido, quando eleito governador irei buscar junto ao Governo Federal a mudança e ampliação das redes monofásicas em trifásica e aumento da potência, com o objetivo de incentivar a produção e melhoria de renda nas comunidades atendidas pelo Programa Luz para Todos. No que se refere à água, temos o compromisso de universalizar a oferta de água nos próximos quatro anos, utilizando para isso todas as estratégias e tecnologias disponíveis.
Deveremos usar cisternas, recuperar centenas de poços hoje em desuso, construir mais barragens e adutoras, bem como desassorear as barragens construídas, perenizar e proteger os rios. O Estado terá um programa amplo de gerenciamento de seus recursos hídricos, com aumento da capacidade de reservação que nos dê tranquilidade diante do fenômeno cíclico da seca.
Fonte: MEIO NORTE