EXCLUSIVO: Elmano deixou rombo de R$ 100 milhões na PMT
VEJA OS VALORES EXATOS DA DÍVIDA: Prefeitura de Teresina atual pagou R$ 43 milhões
É comum ver em carros em todo o Piauí adesivos com frases que procuram resgatar um suposto legado deixado pelo candidato a senador na chapa de oposição Elmano Férrer (PTB), da época ainda em que ele ocupou o Palácio da Cidade.
Entre eles o slogan com a tal expressão “véin trabalhador”. Algo compreensível vindo de um político e dos seus mais próximos, sempre procurando realçar aquilo que consideram bom, e sempre tentando empurrar para debaixo do tapete aquilo que depõe contra um mandato.
O certo é que o apagar das luzes do gestão Elmano Férrer na Prefeitura Municipal de Teresina deixa consequências visíveis até hoje e que, com certeza, ainda vão reverberar por anos. Pelo menos é o que muita gente comenta. A reportagem do 180graus foi conferir de perto e constatou.
É tudo verdade. A dívida passa da casa dos R$ 100 milhões. Para ser mais exato: R$ 100.283.954,37 (cem milhões, duzentos e oitenta e três mil, novecentos e cinquenta e quatro e trinta e sete centavos). Os números estão na prestação de contas enviada pelo “véin trabalhador” à Câmara Municipal dos Vereadores.
Desse montante a atual gestão, de Firmino Filho (PSDB), já conseguiu pagar mais de R$ 43 milhões através do Redívida, programa criado pela Secretaria Municipal de Finanças (SEMF) para pagar credores. E das dívidas com previsão de pagamento, com possibilidade de serem pagas sem polêmica, faltam somente R$ 2.980.682,00.
Nestas Pastas Verdes estão uma das heranças de Elmano Férrer: a relação de credores
O OUTRO LADO DA MOEDA
Não bastasse a dívida em sua totalidade, o problema maior está justamente na outra parte a ser paga. E essa outra quantia, cerca de R$ 55 milhões, joga mais lenha na fogueira e abastece aquilo que ficou conhecida como uma das marcas da curta gestão de Elmano Férrer, datada de 31 de março de 2010 a 31 de dezembro de 2012: a desorganização administrativa e orçamentária. Um grupo de trabalho formado por servidores da Secretaria de Finanças e das demais pastas envolvidas foi criado para analisar o restante das dívidas consideradas em situação delicada.
Não bastasse a dívida em sua totalidade, o problema maior está justamente na outra parte a ser paga. E essa outra quantia, cerca de R$ 55 milhões, joga mais lenha na fogueira e abastece aquilo que ficou conhecida como uma das marcas da curta gestão de Elmano Férrer, datada de 31 de março de 2010 a 31 de dezembro de 2012: a desorganização administrativa e orçamentária. Um grupo de trabalho formado por servidores da Secretaria de Finanças e das demais pastas envolvidas foi criado para analisar o restante das dívidas consideradas em situação delicada.
Isso porque a gestão Elmano Férrer, diante da cifra de R$ 100 milhões a ser paga, optou por questionáveis procedimentos no final de 2012. Alguns até inocentes orçamentariamente falando. Os atos, vistos por alguns dentro da atual gestão municipal como nada republicanos, levaram o governo de Elmano, por exemplo, a cancelar notas de empenho que somam a quantia de R$ 47 milhões. Os prestadores de serviço, por sua vez, agora cobram a fatura, já que supostamente prestaram os serviços. E o grupo de trabalho está justamente se debruçando para encontrar uma solução para estes casos. A maioria dos empenhos foram cancelados no dia 27 de dezembro de 2012, a quatro dias do fim do mandato tampão. A suspeita é de que os cancelamentos serviram para burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Em meio a esse imbróglio administrativo financeiro, há até um fornecedor de quentinhas que abastecia uma secretaria e ao final tomou calote porque não havia nada contratualmente estabelecido entre as partes. Havia somente o fornecimento de quentinhas sem nenhuma previsão de pagamento ou algo que comprovasse quem era o credor na história pelos serviços prestados. Como o serviço era então prestado, e pago depois, sabe-se lá como, com a troca de governo ocorrida início de 2013, houve prejuízo para a empresa, que não tinha como comprovar que era fornecedora. O cenário encontrado à época permitiu ainda que com o passar dos meses, dívidas tidas como certas, não fossem reconhecidas pelas respectivas pastas e por isso não foram pagas.
Fonte:http://180graus.com/politica/exclusivo-elmano-deixou-rombo-de-r-100-milhoes-na-pmt